Com o encerramento de mais um ano letivo, junto com as entregas de boletins, cerimônias de formatura, limpeza das salas de aula… sentimos um misto de sentimentos: felicidade com as nossas conquistas e conquistas dos nossos alunos, alívio com o recesso que virá, mas também um sentimento de frustração em relação a tudo aquilo que não foi feito ou que não gerou o resultado esperado.
No entanto, podemos fazer uma reflexão sobre o ano que passou e extrair dessas experiências lições para evoluir no próximo ano. Cada ano traz muita mudança e, com isso, muito trabalho! Então como começar nossa prática pedagógica no próximo ano com o pé direito?
1. Um balanço dos nossos sucessos e fracassos
Antes de começarmos o planejamento das aulas, que tal construir uma linha do tempo do ano que passou? A prática de desenhar os pontos baixos e pontos altos do seu ano escolar é essencial para identificar o que funcionou e o que não funcionou, tanto para você quanto para seus alunos.
Dessa forma é possível ver claramente o que conseguimos e o que não conseguimos desenvolver em sala de aula: práticas mais inovadoras que funcionaram, outras que te desestruturaram e te fizeram perder o controle da turma.
Essa reflexão nos ajudará a montar um planejamento para que nosso trabalho no ano que vem seja melhor estruturado, com objetivos mais claros, e assim possamos implementar as melhorias para evoluirmos cada vez mais.
2. Desenvolvimento pessoal
Será que conseguimos aproveitar plenamente todas as oportunidades que nos foram apresentadas no ano que passou? Reuniões de formação, semana pedagógica são oportunidades que frequentemente são impostas sobre às equipes, mas será que estamos fornecendo conteúdos de desenvolvimento e formação relevantes?
Outra reflexão importante é o quanto nós buscamos proativamente o nosso desenvolvimento? Formações, cursos online, referências. Conhecer nossos gaps é o primeiro passo para o nosso crescimento, e com isso é importante que cada um da equipe saiba o que tem a desenvolver no ano que chega, e como o fará. Uma prática importante é montar uma agenda de cursos e eventos que poderão te ajudar a se desenvolver e a desenvolver a sua equipe no próximo ano!
3. Troca de boas práticas
Conhecer e estudar a prática de sala de aula de outros professores é essencial para evoluir em nossa própria prática.
O sistema de ensino japonês é reconhecido por incentivar esse tipo de troca através de Jugyokenkyu – Jugyo significa ensinar e aprender e kenkyu significa estudo. Jugyokenkyucomeça com a escolha do tópico que será trabalhado em sala. Todos os professores de uma determinada disciplina selecionam um tema em que os alunos parecem estar tendo mais dificuldade. O planejamento da aula acontece em conjunto, e este plano de aula passa a ser o Plano Teste.
Esse Plano Teste será colocado à prova em sala de aula, por um professor escolhido para conduzir as atividades em sala, enquanto os demais professores observam a aula conduzida e a resposta dos alunos. Em seguida, todos se reúnem novamente para fazer uma análise da observação de aula, que leva a uma prática pedagógica melhor para todos os envolvidos. Que tal trazer essa inovação para a sua escola no próximo ano?
4. Acompanhamento pedagógico e feedback
Dentro do espírito de reflexão sobre o ano que passou, a nossa disposição e abertura para ouvir um feedback sobre nosso trabalho é bastante importante. Todos precisamos ouvir o que fazemos bem ou mal. É assim que um bom acompanhamento pedagógico contribui para uma entrega de qualidade.
Um olhar qualificado sobre a aula de um professor tem muito a agregar ao seu desenvolvimento pessoal, à formação dos alunos e à instituição de ensino. Cada observação deve começar com um pre-talk – uma conversa prévia com o professor para entender o objetivo da lição, o planejamento da aula, e grandes desafios/particularidades da turma.
Em seguida, a observação de aula deve ser acompanhada de um formulário de observação, em que todos os pontos considerados importante são listados. Esses pontos serão graduados no documento para registro e um feedback formal.
Esse feedback formal deve sempre ser conduzido em seguida da aula, de modo que o professor e o avaliador estejam com a memória fresca para discutir os pontos positivos e negativos da prática em sala. Nesta conversa é formalizado o resultado da observação e um plano de desenvolvimento individual que deverá ser cumprido a quatro mãos.
Como educadores devemos exercitar na prática o conceito de lifelong learning, e aproveitar os momentos de reflexão de fim de ano. Quem seremos se não praticarmos o que defendemos frente a nossas equipes e alunos?
Que venha o próximo ano, um ano de muito trabalho e desafios que trarão muito aprendizado, conquistas e sonhos concretizados!
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